sábado, 26 de fevereiro de 2011

Não quero tropeçar de novo

 

Já era tarde da noite.
Eu não conseguia dormir.
A agonia não permitia.
Fui pra varanda com os fones no ouvido.

Talvez um vento no rosto e uma música que pudesse me dizer algo me acalmariam.
Algumas lágrimas desceram com medo de serem vistas.
Mas ainda sim, desciam.

Estava fazendo frio, então entrei.
Liguei a televisão e procurei algo que pudesse me distrair.
Sem demora, achei um filme.
Era sobre um contador de histórias.

Eu vi que tem sofrimentos maiores do que uma caixinha de fósforo.
E que por mais doloroso que seja é atravéz deles que nos tornamos gente.
Aprendemos a sermos fortes, a não tropeçar mais de uma vez na mesma pedra.
E é exatamente isso que estou aprendendo.

Quando a gente erra, simplesmente não percebemos.
Ou somos maliciosos para fazermos de propósito.
Já feriu alguém de propósito ?
Eu não.
Mas já fui ferida propositalmente.

De qualquer forma, eu só preciso aprender a ser mais atenciosa a onde eu ponho meus pés.
Não quero tropeçar de novo.
Mas sei que toda atenção é pouca, e depois desse tropeço, virá outros.
E tanto desse como dos outros, eu talvez aprenda a ser gente.
Aprenda a ser mais forte.

É exatamente para isso que servem os tombos.
Uma hora você está no chão, criando forças para se levantar. 

Outra hora você é está em pé, criando forças para não cair.  

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